Com a chegada do centenário do primeiro vôo do 14-bis, realizado em 23 de outubro de 1906, o nome de Alberto Santos=Dumont (como o próprio assinava, no intuito de demonstrar a igual importância de suas ascendências brasileira e francesa) volta a ser notícia.
Mas como traduzir visualmente toda a inventividade da obra, principalmente aeronáutica, desse brasileiro que alcançou a glória internacional voando pelos céus?
O artista plástico Guto Lacaz buscou uma resposta à altura da criatividade do pai da aviação e criou "Santos=Dumont Designer". A mostra, que tem abertura para o público na quarta (dia 3), no Museu da Casa Brasileira, enfatiza o papel de designer de Santos Dumont de forma dinâmica e divertida tanto para especialistas em engenharia quanto para adultos, adolescentes e crianças. Partindo de uma animação que homenageia o padre Bartolomeu de Gusmão, outro brasileiro ilustre por criar um objeto voador --no caso, o balão a ar quente, como os de festa junina--, o percurso traz painéis explicativos, projetos e maquetes em grandes dimensões que reproduzem os experimentos e aparelhos voadores de Dumont. Sua inventividade na vida pessoal também surge em um manequim que apresenta as peculiaridades de seus trajes, na reprodução cenográfica de uma de suas casas em Paris e no projeto de sua casa de Petrópolis, a Encantada. Entre as curiosidades da construção, figuram uma reprodução da escada que ele criou, cujos degraus comportam um pé de cada vez e na qual começa-se a subir sempre com o pé direito. Todos os materiais que figuram na exposição foram produzidos por Guto Lacaz e uma grande equipe, entre engenheiros, maqueteiros, animadores, iluminadores e figurinistas.
Tudo para aproximar o pai da aviação do público. "Santos Dumont tinha (e tem) muitos admiradores, e a gente quer que esse fã-clube aumente, principalmente entre a criançada", diz
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u59967.shtml (LUCIANA PAREJA)
ELER disse:
Vejam este exemplo de desmitificação da ciência. O processo de planejamento da exposição inicia-se com a elaboração de um conceito, da mesma forma que nós, designers, trabalhamos no dia a dia. O conceito direciona todo o trabalho, estrutura todas as peças, dá sentido ao dado. Então, planeja-se QUE EXPERIÊNCIAS devem ser oferecidas ao público para que ele vivencie a idéia estruturadora. Tive vontade de ver a exposição ;-)
2 comentários:
A casa de Santos Dumont, em Cabangu, município de Santos Dumont, MG (a casa é na fazenda onde ele nasceu), também prepara uma exposição no local para o mês de setembro. Lá o conceito é a vida pessoal do inventor, já que a casa guarda objetos pessoais do mesmo. Mas tem também inventos domésticos do pai da aviação, como o primeiro chuveiro, a ducha suspensa e aquecida a gás da história. Paulo.
Muito interessante a abordagem feita por Morris Shamos (1988), e concordamos na sua afirmação de "alfabetização científica ser irreal para muitas pessoas, considerando que muitos cientistas são analfabetos em ciências" e descordamos quando este mesmo autor afirma que "alfabetização científica não é essencial para preparar pessoas para uma sociedade que cresce em tecnologia", uma vez que observamos no blogg do grupo que existe em diversos momentos elementos que demonstram ser a alfabetização científica muito importante para o pleno exercício da cidadania, e ser cidadão hoje é estar socialmente integrado ao meio, de forma que hoje tecnologia e sociedade estão tão integrados que já não se podem separar mais.
Postar um comentário